domingo, 28 de agosto de 2011

Como descobrir uma traição? Noel Biderman, criador do maior site de encontros extraconjugais do mundo, fala sobre infidelidade...



NOEL ESTEVE EM SÃO PAULO PARA O LANÇAMENTO DA VERSÃO BRASILEIRA DE SEU SITE
O cara da foto ao lado quer você. Mesmo ele sendo casado. Mesmo que você seja casada. Para falar a verdade, o motivo é exatamente esse. O que o empresário canadense Noel Biderman, 39 anos, oferece é um site onde homens e mulheres entram e dizem “Olá, sou comprometido e busco uma aventura, você topa?”. Sem delongas, perfis falsos ou exposição nas redes sociais tradicionais. Claro, porque caso bom é aquele que começa e termina sem o parceiro saber, diz Noel.
Leia mais: a um clique de um caso - nossa editora testou o serviço e conta como é conhecer um amante pela internet

Metade discrição, metade franqueza bruta, o serviço do Ashley Madison chega agora ao Brasil para abocanhar o promissor mercado de adúlteros nacional. E tudo isso para o bem da família brasileira, defende ele. “A maioria das pessoas que têm casos não querem terminar seus casamentos”, disse Noel em entrevista a Marie Claire na quinta-feira (18), durante sua passagem por São Paulo. Ele já tem o que celebrar. Em três semanas de operação no país, o site já teve 100 mil visitantes - número pequeno se comparado aos 11 milhões de usuários que tem espalhados pelo mundo.

Depois de quase uma década lidando com traições, o empresário acumulou o conhecimento de um expert. Noel sabe que situações mais levam a histórias extraconjugais, o que motiva homens e mulheres a isso e, inclusive, se seu marido está tendo um caso neste momento. Espécie de Hugh Hefner do século 21 por lutar por um negócio que esbarra na moral das pessoas, Noel fala sobre o mercado do adultério, explica por que mantém o foco nas mulheres casadas e divide o que sabe sobre relacionamentos.
Marie Claire – Como surgiu a ideia de fazer um site para adúlteros?
Noel Biderman -
 Em 2001, na época da bolha da internet, li uma reportagem que questionava como os sites de encontro sobreviveriam quando as mulheres descobrissem que os homens 'solteiros' eram, na verdade, casados. Então pensei em criar um espaço em que eles pudesse ser honestos sobre isso.

MC – Qual a diferença do site em relação a outros sites de encontros?
NB –
 A discrição. Passei os primeiros cinco anos do negócio criando maneiras de acabar com os rastros virtuais, ou ‘digital lipstick’, como dizemos. Criei perfis anônimos, desencorajei pessoas usarem seus emails pessoais e inventei o ‘botão do pânico’, que você aperta quando alguém se aproxima do computador. Se o seu chefe aparece, o botão instantaneamente troca a tela para uma página inocente, como um site de decoração.

MC - Quais são as regras para um caso perfeito?
NB -
 Para mim, um caso perfeito tem dois componentes: conhecer alguém e não ser pego. Então, não tenha um no seu trabalho, porque você pode perder o seu emprego. Se houver uma promoção, as pessoas vão se ressentir e espalhar o que sabem. Nas minhas pesquisas iniciais, constatei que a maioria das mulheres tinham casos com homens do seu trabalho ou pessoas muito próximas a seus maridos, como irmãos. Isso é ruim para elas. Meu trabalho é convencê-las a ter casos anônimos.
Existe também a ‘regra dos 50 quilômetros’, que diz: se aconteceu a mais de 50 quilômetros de distância, não é um caso (risos)
MC - Você desaconselha pessoas a ter casos em cidades diferentes?
NB -
 Não, essa é na verdade uma boa maneira de ter um caso. Existe também a ‘regra dos 50 quilômetros’, que diz: se aconteceu a mais de 50 quilômetros de distância, não é um caso (risos). Falando sério agora, há algumas verdades sobre traição: quanto mais bem-sucedida uma mulher é na sua carreira, mais chances ela terá de se envolver com outra pessoa. Quanto mais ela viaja a trabalho, também.

MC - O que mulheres e homens querem quando procuram o site? 
NB – Para os homens, a motivação é sexo. Ou eles não estão transando com suas mulheres, ou não estão tendo o sexo que gostariam. Para mulheres é um pouco mais complicado. Elas se sentem sozinhas. Depois de anos de casadas, não são mais cortejadas e o cara não percebe quando elas mudam o cabelo. Mulheres toleram falta de sexo por muito mais tempo que os homens, mas não toleram solidão.                       
                         Reprodução
MC – “Como descobrir uma traição?” é hoje uma das frases mais buscadas na internet. Poderia responder a essa pergunta?
NB –
 Há indicativos: se a pessoa trabalha até tarde todas as noites, se está sempre na academia ou se não transa mais com a sua parceira. Mas se você foi à internet digitar essa pergunta, é porque já tem um nível de suspeita. E como a intuição feminina é muito boa, a resposta é: sim, ele está tendo um caso. O motivo pode ser uma combinação de coisas, mas se as mulheres estão se perguntando isso, é porque está acontecendo.

MC – Você critica a monogamia como algo que não é natural, mas é casado. É fiel?
NB -
 Sou casado há oito anos, tenho dois filhos e espero fazer dar certo, como todo mundo. Cresci numa comunidade que dá muita ênfase ao casamento. Não quero dizer que sou uma vítima, mas também faço parte disso. Ao mesmo tempo, falo sobre traição o dia todo. Se alguém sabe como fazer bem feito, sou eu. E pode parecer irônico que o criador do Ashley Madison seja o cara mais fiel do mundo, mas é assim.

MC - Por que, então, trair?
NB –
 Acredito que um caso é uma maneira de preservar o seu casamento. Muitas mulheres dizem que depois do amante, estão mais seguras, menos estressadas e encontraram uma nova chama com os seus maridos. 



http://revistamarieclaire.globo.com


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